Menina!

Enquanto você e algumas outras brincavam de boneca, ela brincava de bonecas e bonecos de verdade! Ansiava ao menos uma vez, poder brincar com uma boneca que não falasse ou precisasse tanto dela.
Quantas vezes ela olhou e brincou com outras meninas entre grades. Grades essas que as mães das pequenas achavam que davam proteção do possível mal que ela poderia causar.
Viu seu pequeno mundo ser destruído por assumir responsabilidades e ter que entender um mundo que ela ainda não conhecia.
Por diversas noites ela molhava o travesseiro, e tomava cuidado para que ninguém a visse chorar. Desejou nunca ter nascido, desejou morrer, desejou ser invisível.
Um dia alguém que mostrou o quanto ela era amada e que havia sim alguém que colheu suas lágrimas. Esse alguém passou a mão em seus cabelos, que enroscou em alguns fios embaraçados, subiu a mão em direção ao seu rosto, acariciando, pegou em seu queixo, ergueu e disse: - “Menina, a ti te digo, LEVANTA E ANDA. Não coloquei esse nome em você, por mero acaso. Sonhei com você, te planejei. Eu estava lá quando tudo se voltou contra você, quando muitos te abandonaram. E a minha promessa é que em todas as vezes que você cair, achar que não tem mais jeito e se sentir fraca, eu farei com que você se Levante e viva tudo aquilo que eu sonhei pra você e que você tanto almejou. Tudo aquilo que você não viveu, te deixarei viver, por isso teu nome MENINA!”